A Agenda Urbana da Fronteira da Paz constitui um documento estratégico com uma visão no horizonte de uma década, horizonte temporal alargado que não se condiciona aos ciclos políticos da administração local, no qual se identificam as grandes linhas de desenvolvimento que os seus cidadãos ambicionam.
Fronteira da Paz,
Uma cidade de dois países. Um espaço de cidadania
Uma cidade que promove o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos
Objetivos estratégicos
01. Uma cidade, dois países: um contínuo urbano organizado
02. Uma cidade atrativa para o crescimento econômico e a criação de emprego
03. Uma cidade sustentável e amiga do ambiente04. Uma comunidade inclusiva e participada
05. Uma administração próxima dos cidadãos
A Agenda Urbana da Fronteira da Paz foi preparada num contexto de alívio dos efeitos da pandemia do covid 19 e de algum retomar da vida normal tal como a conhecíamos. O que inicialmente se supunha que viria a ser apenas uma crise de saúde pública, evoluiu rapidamente para uma crise de valores, de causas, de modos de vida e de hábitos sociais, que por sua vez evoluiu para uma profunda crise social com efeitos avassaladores na economia mundial.
O modelo de desenvolvimento econômico que prevaleceu nas últimas décadas favoreceu a concentração das populações em grandes metrópoles, nas quais também se concentrou o apelo dos empregos mais qualificados. Mas, as cidades continuam a ser um dos motores do desenvolvimento: estimulam a inovação econômica e social, facilitam o surgimento de novas iniciativas empresariais, asseguram equipamentos e serviços, sustentam atividades lúdicas e culturais, facilitam o intercâmbio de informação, garantem economias de aglomeração e dimensão crítica.
A resposta à conjuntura de emergência social e de crise econômica vai ter que ser inovadora porque os instrumentos clássicos de apoio à manutenção dos postos de trabalho, muito provavelmente, não serão já suficientemente eficazes.
A única certeza que temos relativamente ao futuro é que não há certeza nenhuma. Esta é uma crise diferente de todas aquelas que conhecemos e vivemos recentemente.
Precisamos de cidades mais digitais e mais flexíveis na interação com as novas dinâmicas econômicas e sociais, com maior participação ativa dos cidadãos e dos consumidores na transformação energética, através da criação de valor. Precisamos de cidades inteligentes.
O continuo urbano formado por Santana do Livramento e por Rivera, uma cidade, dois países, pode legitimamente ter a ambição de se afirmar como uma comunidade atrativa para viver, investir, trabalhar, educar, estudar e visitar.
Mantendo uma escala humana, pode ambicionar um elevado padrão de qualidade de vida, sustentabilidade, inclusão social e coesão local. Uma economia atrativa para captar investimentos e estimular a criação de emprego, que promova o empreendedorismo e a criatividade.
Mas deve ambicionar sobretudo ser um espaço de inclusão e de solidariedade, que não deixa para trás os mais fragilizados, que troca o assistencialismo por uma economia social dinâmica e empreendedora, que promove a troca de economias paralelas de mera subsistência pela dignidade conseguida através de projetos de economia social inovadora e sustentável.